Escrita por: Rodrigo Neves.

Sinopse do Jogo:
Em Santorini os jogadores representam deuses gregos empenhados em ajudar os cidadãos da ilha na construção de sua cidade, mas somente um deus poderá reivindicar o ponto o mais elevado na cidade, e ser declarado o vencedor. Cada deus recebe uma equipe de dois trabalhadores para representá-los durante a construção da cidade. Os trabalhadores receberão habilidades especiais de seu deus para ajudá-los a construir a cidade mais rapidamente.
A versão de Santorini lançada em 2016 por financiamento coletivo, via Kickstarter, é uma reimplementação “menos” abstrata da edição original de 2004, desenvolvida pelo matemático e educador, Dr. Gordon Hamilton. Um jogo leve de raciocínio de 2 a 4 jogadores, e que dura de 10 a 30 minutos cada partida.
Jogo original, criado em 2004.
Versão reimplementada lançada em 2016, via financiamento coletivo.
Mecânicas:
- Colocação de Peças,
- Jogadores com Diferentes Habilidades,
- Movimento em Grades.
Síntese do Jogo:
Apesar da arte linda da caixa e dos componentes, ela poderia ter sido maior, se ela fosse talvez cerca de uma polegada mais alta, os componentes caberiam muito melhor. Sem insert e com todos os componentes separados em ziplocs, temos que fazer um belo malabarismo para que tudo se encaixe e a ela feche completamente.
Em Santorini os jogadores controlam uma equipe de dois trabalhadores que podem ser colocados em qualquer lugar no mapa no início do jogo. No turno de um jogador, eles podem mover um de seus trabalhadores para qualquer espaço adjacente e então devem construir um nível de prédio, em qualquer espaço adjacente (incluindo diagonalmente). Existem algumas restrições ao movimento de um trabalhador:
- Não pode mover-se para um espaço ocupado por outro trabalhador;
- Não pode subir mais de um nível em um único movimento;
- Não pode subir em um prédio completo, ou seja, com a cúpula;
- Pode mover para baixo qualquer número de níveis em um único movimento.
Os jogadores devem continuar estes passos até que um trabalhador seja capaz de mover-se para o terceiro nível de um prédio. O jogo também terminará se um jogador não puder mover e construir em seu turno. O primeiro jogador a mover um de seus trabalhadores para o nível três é o vencedor! Jogar Santorini é simples demais. Mover um quadrado, construir uma peça, tentar chegar ao topo de um prédio de sem o seu oponente consiga bloquear você... em muitos aspectos, ele se parece muito com uma versão avançada do tic-tac-toe (nosso velho conhecido jogo da velha). Basicamente é bloquear, preparar jogada, bloquear, preparar jogada, e assim sucessivamente. Sempre procurando abertura para três ou quatro movimentos à frente.


Para a variante dos deuses, recomenda-se jogar antes pelo menos uma partida ou duas sem qualquer poder de deuses, para ganhar uma compreensão de como o jogo base funciona. Os poderes irão modificar as regras do jogo para cada jogador, dependendo do deus que eles recebem. Existem dois níveis de deuses: simples e avançado. Os poderes simples mantêm as regras básicas e são um bom ponto de partida ao jogar as primeiras vezes. Os deuses avançados mudam o jogo um pouco, e como o nome sugere, são mais adequados para alguém que já conhece bem o jogo. Em um jogo de dois jogadores, todos os deuses podem ser jogados, mas há certas combinações que são "banidas", pois alguns poderes podem neutralizar uns aos outros. Estes casos estão indicados no livro de regras e nas cartas deus também.



Santorini pode ser jogado com três ou quatro jogadores com a exceção que só deuses com o ícone de três ou quatro jogadores podem ser usados. O jogo de quatro jogadores joga um pouco diferente, pois os jogadores formam equipes e cada jogador que tem seu próprio deus individual. Os jogadores só podem usar seu próprio poder de deus e a equipe com o primeiro trabalhador a passar para um nível três ganha a partida.
A expansão Golden Fleece, que vem com a versão Kickstarter do jogo e já pode ser comprada nas principais lojas internacionais online do ramo, adiciona a variante do velo dourado, novos deuses, e as cartas de heróis. Na variante do velo dourado, o jogador inicial colocará a estátua dedo velo em qualquer espaço no tabuleiro. Haverá somente uma carta de deus (com o ícone do velo dourado). Durante o jogo, se os jogadores têm um trabalhador ao lado da estátua, eles têm acesso ao poder do deus. Caso se afastarem muito dela com ambos trabalhadores, perderão a ajuda desse poder divino. Por fim, a principal diferença entre uma carta de deus e uma carta de herói é que a de herói só pode ser usado uma vez por jogo, tipo uso único.
Avaliação:
A arte desta versão é muito bonita e consistente. O artista faz um grande trabalho de criação, com uma arte única para cada um dos deuses e heróis. O visual do jogo é realmente deslumbrante, um dos jogos mais lindos que já vi na mesa. A única coisa que poderia melhorar em termos de produção seria uma caixa maior e talvez um insert decente, pois não vem nenhum no jogo.
As regras do jogo são simples e fáceis de entender. Para ter uma ideia, as regras do jogo base cabem um uma única folha do manual, sendo todas as demais usadas como referência para os poderes de deuses e heróis. As cartas são tamanho tarot, com imagens agradáveis e boa gramatura. Os ícones é que são um problema à parte... porque no jogo real, você realmente tem que voltar às regras constantemente para ver como funciona o seu poder. Teria sido bom se eles tivessem impresso o texto nas cartas, junto a iconografia, mas sendo uma produção de porte internacional, é evidente que eles buscaram minimizar a dependência de idioma ao máximo.



Consegui minha cópia, uma versão Kickstarter, meio atrasada já aqui no Brasil e por um preço alto, mas valeu cada centavo. Parece que o financiamento não contou com itens exclusivos, então não fique preocupado se você perdeu a oportunidade, todos os extras já saíram na expansão Golden Fleece... quem ainda quiser uma cópia completa fique tranquilo! Um abstrato de respeito, com uma superprodução, arte e acabamentos de babar. O jogo é muito simples e as partidas são bem rápidas... algumas levam poucos minutos. Basicamente mover e colocar peças no board 3D. Mas as cartas de poderes de deuses trazem um tempero e maior rejogabilidade a ele.
Apesar de caber mais jogadores, este jogo foi feito para 2 pessoas, e minha recomendação é investir para este objetivo. Com 3 ou 4 jogadores o tabuleiro fica muito pequeno, parece que sempre tem alguém a um passo de você. Isto faz com que o jogo fique se arrastando até a colocação das últimas peças, quando acaba sobrando para um jogador escolher para quem irá entregar a partida, por falta de opções mesmo, o que na minha visão, mata com o jogo e sua diversão. Para quem valoriza jogos elegantes, rápidos e com visual/produção matador, um item obrigatório na coleção... daqui não sai, daqui ninguém tira.