Recentemente nós tivemos o capítulo final de um dos mais bem sucedidos financiamentos coletivos do Brasil: o Space Cantina. Jogo muito bom, por sinal, e que sem dúvida é um dos melhores nacionais de todos os tempos. Parabéns aos autores!!
Esse projeto levantou também muitas questões sobre o que é o Financiamento Coletivo e como este deve ser encarado por nós e também pelas editoras. Segundo o “pensador profundo”, aquele que têm todas as respostas, que sabe o que você quer perguntar antes mesmo de você terminar de escrever, o google define FC da seguinte maneira:
Financiamento coletivo é quando várias pessoas se identificam com o seu projeto e resolvem contribuir financeiramente para que ele saia do papel. Baseado na economia colaborativa, tem como fundamento a premissa de que juntos todos podem conquistar seus objetivos.
Esse conceito define bem a ideia geral que temos ou deveríamos ter sobre Financiamento Coletivo. No caso dos Boardgames, um autor desconhecido, independente, com uma boa idéia de jogo, lança seu projeto em busca de que ele possa ver a luz do sol. Mas quando o financiamento vêm de um estúdio já estabelecido, com jogos lançados no mercado e de um autor que já têm um certo renome no cenário esse FC acaba se tornando mais uma Pré-venda do que qualquer outra coisa. Ou será que quando as pessoas entram no FC de um Zombicide elas estão buscando fomentar o mercado internacional de boardgames? Claro que não! A empresa busca por meio do FC diminuir, ou quase acabar, os riscos financeiros do lançamento e além disso poder lançar o projeto sem se descapitalizar.
O que eu tenho percebido é certa cobrança de uma “filantropia” de quem adere ao FC. Como se todos nós que participamos do FC não tivéssemos o direito de reclamar de determinadas situações por estarmos fazendo algo “pelo bem do Board Game nacional”. Algumas pessoas realmente aderem ao FC pra ajudar mais um percentual bem maior quer ajudar sim, mas mais ainda ter sua cópia do jogo. E esses não estão errados e estão no seu direito, afinal é parte fundamental do acordo realizado entre as partes e sem isso com certeza os financiamentos não sairiam do papel.
No FC em questão houve algumas situações BIZARRAS, como os problemas de frete, o pseudo-insert (ou insert-piada) da versão de colecionador e o problema mais bizarro na minha concepção é que alguns receberem o jogo DEPOIS das pessoas que compraram na loja. O fato de não haver exclusivos foi algo que foi deixado muito bem claro desde o início do FC e que fazia parte da regra do jogo; quanto a isso não há margem pra reclamação. Mas a falta de cuidado no período da entrega criou a situação esdrúxula de que os únicos que tiveram alguma vantagem foram os que NÃO PARTICIPARAM DO FINANCIAMENTO. Compraram mais barato, receberam antes e com todas as metas estendidas. PARABÉNS AOS ENVOLVIDOS!!! MAS QUE IDEIA BRILHANTE!!!

Se a ideia era desincentivar as pessoas de aderir a financiamentos coletivos, PARABÉNS!! Você conquistou essa demanda e ganha 5$ de crédito!! Como o próprio autor falou realmente precisa-se de um “amadurecimento” tanto dos clientes e TAMBÉM dos ESTÚDIOS (já são dois FC da ACE e os dois tiveram problemas, fica a dica!). Os estúdios precisam entender que os colaboradores querem ser tratados com consideração e é meio óbvio (será que isso é tão difícil de entender?) que quem financia um projeto e deixa seu dinheiro parado por muito tempo espera ter algum tipo de benefício ou tratamento especial por isso. Ao invés disso o que vemos é essa cobrança de “filantropia”, que FC é só pra ajudar e blá blá blá...
Esses tipos de acontecimentos sim são um desserviço ao Boardgame nacional, afastam as pessoas de aderir a futuros financiamentos, enfim se a questão é amadurecer: Que amadureça logo!!!
Segue a imagem do insert:
Duvido acertar quantos anos têm a criança que fez isso??