Filipe Oliveira::Ótimo texto! A abordagem desse assunto sempre é interessante e nos faz refletir sobre os nossos critérios. 
Fahr::Eu já acho muito mais eficaz dar a nota com relação a diversão que o jogo traz para a pessoa, levando alguns outros pontos em consideração sim, mas essencialmente acho que o jogo de maior nota da pessoa, logicamente, deveria ser o jogo que essa pessoa mais gosta de jogar... Se usar essas matemáticas que você usa, você pode acabar dando nota relativamente alta para um jogo com caixa ótima e uma linda arte, tabuleiro lindo, componentes lindos e de ótima qualidade, manual simples e direto, fator sorte baixo, temático pra caramba, mas um jogo chato rs (...).
Outro ponto interessante que o Felipe_Z mencionou eu também utilizo demais que é a comparação. Alguém que só jogou 5 jogos na vida certamente dará notas diferentes daquelas que daria caso tivesse jogado 500, pois ela terá muito mais parâmetro pra dizer "este jogo realmente gostei muito, mas vou descer a nota pois ele está muito abaixo desse outro que conheci a pouco que é perfeito, meu preferido agora".
Eu vim escrever o que penso sobre o tema, mas o
Fahr tirou as palavras da minha boca (ou as
letras do meu teclado?!).

Já tentei criar diversas fórmulas ou critérios objetivos para avaliar os jogos, mas quanto mais elementos eu adicionava, mais longe o jogo ficava do que realmente eu sentia o jogando. Na minha opinião, critérios muito objetivos e matemáticos tornam essa avaliação um tanto quanto fria e distante do feeling e diversão que o jogo propicia.
Lembro que várias vezes eu dava uma nota levando em consideração componentes e arte, que são elementos não tão relevantes em euros, o que acabava abaixando muito a nota, e um jogo que eu pretendia dar 9.5/10 pelo diversão e genialidade, ficava com 7.0 por causa desses fatores. Já aconteceu o contrário: um jogo que vale no máximo uns 7.5/8 acabar ficando com quase 10 por ter belos componentes, ou por ter um tempo de partida razoável, ou por ter um tema e arte bem vinculados à mecânica ou qualquer critério não diretamente relacionado à mecânica propriamente dita e o quanto o jogo inova.
Enfim, o que quero dizer é quanto mais elementos objetivos você acrescentar, mais a avaliação se torna exata e matemática, e aquele sentimento humano que o jogo te proporciona acaba sufocado por quesitos às vezes nem tão relevantes. Um exemplo: Trajan é genial, nota 10. Mas seu colocar no cálculo arte, componentes, vinculação tema-mecânica, etc, a nota vai cair muito. Ah! E não é 10 porque é perfeito, de forma alguma. É 10 simplesmente porque ele possui todos os atributos que gosto em um jogo de tabuleiro, independente de outros critérios menores e não tão relevantes (na minha opinião, obviamente).
Há muitos anos eu utilizava um critério básico no BGG, mas depois que passei minha coleção para a Ludopedia ainda não organizei isso (tenho até que revisar e atualizar as minhas notas por aqui, rs). Baseia-se somente no que sinto efetivamente jogando o jogo, a nota que me vem à mente quando vou avaliá-lo, levando em consideração também a
comparação com outros jogos (outro ponto levantado pelo
Fahr e pelo
Felipe_Z). Era
mais ou menos assim:
10 Sensacional
8-9 Excelente
7-8 Bom
5-6 Razoável
3-4 Ruim
1-2 Péssimo
Com esse critério, não há chance de um jogo que considero sensacional ficar com uma nota mediana apenas porque alguns elementos externos impulsionam essa nota para baixo.
Acho que minha resposta anterior, pro Fahr, também vale aqui. Hehehe
Eu entendo esse pensamento de não querer deixar tudo matemático demais. Mas aí eu insiro uma categoria inteira que tem mais a ver com feeling do que qualquer coisa que acaba com isso. Todos os itens dessa categoria são subjetivos e tem a ver com minha opinião pessoal. Não tem como um jogo fraco e chato ficar na frente de outro incrivelmente divertido e bacana na mesa depois de passar por esses critérios.