Esse é o meu jogo preferido até hoje. Tudo nele é estratégia e isso me agrada profundamente. Desde a ordem dos jogadores no turno, as plantações disponíveis, os espaços nos navios, os itens que já foram vendidos no mercado, os dobrões de incentivo nas funções, as construções que dão bonificações no fim do jogo, os bônus obtidos das pedreiras. É um jogo em que pequenas vantagens tornam-se grandes vantagens no fim do jogo. Mistura agradável de estratégia e boa tática a cada rodada.

Para muita gente esse jogo é apenas pegar e passar cartinha. Acredito que muitos não entendem a real proposta do jogo, que é escolher a melhor carta, no melhor momento possível, construindo pequenas vantagens que vão se tornar grandes vantagens no futuro. É preciso marcar bem os adversários. E fazer o possível, nem sempre dá pra seguir uma única estratégia no jogo. As cartas verdes só são desbalanceadas se todos os outros jogadores deixarem sempre passar cartas verdes para um mesmo jogador. Por isso, o jogo depende de experiência e tem uma boa curva de aprendizado. Jogar é fácil, jogar bem para ganhar é outra coisa. Com o conhecimento das cartas, dá para calcular e saber até quem está ganhando no momento e, com isso, usar "aquela carta" que seria boa para o oponente ao seu favor, construindo sua maravilha. É um dos meus jogos mais jogados até hoje, já devo ter passado de 500 partidas entre físico e versão digital.

Para poucos que desejam investir e acreditar que é possível aprender a extensa iconografia do jogo. A iconografia, aliás, é quase uma "linguagem de programação" que depois que se aprende, torna-se perfeita. Muitos também não entendem o jogo e chegam a dizer que a interação é nula, o que está longe de ser verdade. Tanto em 2 jogadores como em 3 ou 4, a grande estratégia é fazer uma boa ação pra você e aproveitar-se das ações dos outros, em uma espécie de "parasitismo". Desenvolver seu império usando suas ações e aproveitando as alheias. Uma pérola pouco compreendida e aproveitada aqui no Brasil. É meu jogo mais jogado até hoje, mais de 1K de partidas entre físicas e digitais no celular, tablet e board game arena.

Melhor alocação de trabalhadores que conheço. Apertado em todos os quesitos e você precisa desenvolver sua fazenda em múltiplos aspectos, evitando a fome (pegar carta de mendigo é quase bandeira da derrota aqui). Cruel em mais de 3 jogadores. Outro jogo para poucos. Defendo que para ser bem jogado mesmo, deve-se fazer o draft de cartas antes da partida começar.

Melhor alocação de trabalhadores "leve" que conheci. Disputado em qualquer número de jogadores, mas com 4 jogadores experientes ganha um sabor especial. Entre jogadores experientes, quem tenta a estratégia da fome acaba perdendo, pois é fácil de bloquear. É um jogo agradável para jogadores de vários níveis de experiência diferentes.

Melhor deckbuilding que joguei, justamente por conta da enorme variedade de cartas e a imprevisibilidade total da linha central, ao contrário do Dominion, que tem Setup definido. O melhor jogador é aquele que consegue construir uma estratégia melhor com o que vem. Acrescentando expansões, os combos ficam estratosféricos. Uma delícia de se jogar. A arte é agradável para alguns, outros detestam. Para mim, é satisfatória. Não troco o Ascension por nenhum outro deckbuilding.

Controle de área perfeito, conciso em regras e com um mapa lindíssimo. Fura-olho toda vida, um jogo em que a disputa por cada território é feroz, e o maior vence mesmo, sem firula, sem choro nem vela. Isso me agrada profundamente, hoje em dia fazem controles de área nutella em que os personagens tem poderezinhos, jogam cartinhas e desfazem até mesmo maiorias já consolidadas no tabuleiro. Em El Grande, seja o maior em um território e o controle. Simples assim. Magnífico.

Mais uma pérola perdida em território Tupiniquim. Poucos insistem em aprendê-lo, quem o faz é recompensado prazerosamente. O jogo exige algumas partidas para se dominar, mas vale a pena cada segundo investido. Em apenas 54 cartas, uma gama absurda de possibilidades. Agrada-me bastante como as cartas falam entre si e como é possível combiná-las para ganhar o jogo. Mais um jogo em que é necessário fazer o melhor possível a cada jogada, meio que sem um plano específico no início, mas que se torna muito claro do meio para o fim. E acaba rápido e abruptamente, sem firula, sem enrolação, sem a sensação de que o jogo deveria ter durado mais ou mesmo um pouco menos. É um dos meus favoritos no momento. Caixa pequena, arte minimalista, um espetáculo de game design com cartas com múltiplas funções.

Feld em sua melhor forma, sem penalidades desnecessárias e um jogo com aleatoriedade facilmente minorada pela ação de trabalhadores e poderes dos tiles. Combos em cima de combos, com pega tile, põe tile que deixa pegar outro tile e por aí vai. A duração do jogo é suficiente para que jogadores que estejam atrás no placar se recuperem. A interação é pouca, mas o suficiente para determinar coisas importantes, sobretudo quando se pega "aquele tile" de pontuação de fim de jogo que seria importante para o adversário. Só é feio que dói, mas depois de um tempo até com isso se acostuma. Bem que ele merecia um reprint com arte mais atualizada.