O Sopwith Strutter era um avião multi-funções inovador, projetado para responder ao pedido do Almirantado Britânico de um bombardeiro de dois lugares para a Frente Ocidental. Seu apelido vem da forma estranha dos suportes internos, que estão ligados à fuselagem e não à asa inferior. Foi o primeiro avião britânico a usar uma metralhadora sincronizada para o piloto - capaz de disparar através da hélice giratória - e o primeiro de dois lugares com um motor "puxador". Serviu com ambos os serviços aéreos britânicos e também foi amplamente utilizado pela aviação francesa. O Sopwith Strutter Comic foi derivado do Sopwith Strutter de dois lugares. O Comic foi modificado para se tornar um caça de um único assento, usado pela British Home Defense para defender as Ilhas Britânicas dos bombardeios alemães.

Raymond Collishaw, um dos maiores ases da Primeira Guerra Mundial, iniciou sua gloriosa carreira nesta aeronave em 1916, quando duelou contra seis aviões alemães ao mesmo tempo.

Raymond Collishaw nasceu em Nanaimo, British Columbia, Canadá, em 22 de novembro de 1893. Foi um distinto piloto de caça, líder de esquadrão e comandante que serviu na Royal Air Service (RNAS) e depois na Royal Air Force. Ele foi o ás mais alto da RNAS e o segundo piloto canadense de maior pontuação da Primeira Guerra Mundial. Ele foi notado como um grande líder no ar, levando muitas das suas próprias formações para a batalha. Como membro da RAF durante a Segunda Guerra Mundial, ele comandou o Grupo No. 204 (que mais tarde se tornou a Força Aérea do Deserto) no norte da África.

Quando a guerra estourou em 1914, sua primeira ideia foi se juntar à Marinha Real. Perto do final de 1915, Collishaw soube que o Serviço Aéreo Naval Real estava recrutando, então ele se dirigiu a eles e participou do treinamento de voo em Toronto e depois na Inglaterra. Se classificou como piloto em janeiro de 1916. Em 2 de agosto de 1916, ele se juntou à 3ª Ala da RNAS, que operava em Ochey, na França, pilotando a British Sopwith 1½ Strutters. Alguns dos Sopwiths foram equipados como bombardeiros, enquanto outros foram configurados como caças de dois lugares.

Durante a Primeira Guerra, Collishaw marcou 60 vitórias, consistindo de 28 aeronaves inimigas destruídas, 30 aeronaves inimigas derrubadas "fora de controle" e uma aeronave inimiga "atropelada".

Collishaw estava na Inglaterra trabalhando na formação da Força Aérea Canadense Real quando o Armistício foi assinado. Ele foi promovido a tenente-coronel durante esse período. Logo após, a decisão de enviar um esquadrão para ajudar as forças brancas russas do general Denikin na Guerra Civil Russa, fez com que Collishaw fosse escolhido para estar no comando. Seu esquadrão, o 47 Squadron, encontrou-se lutando contra os bolcheviques, que tinham pilotos alemães habilidosos que tripulavam algumas de suas aeronaves.

Depois que o esquadrão 47 foi retirado da Rússia, Collishaw foi enviado ao Egito para comandar o Esquadrão nº 84. O esquadrão foi transferido para a Pérsia, que se tornou um protetorado britânico depois da guerra, para se defender dos russos. Na Lista de Honras de Ano Novo de 1921, Collishaw foi nomeado Oficial da Ordem do Império Britânico.

Em 1935 e 1936, durante a Segunda Guerra Italo-Abissínia, Collishaw comandou a Ala No. 5.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Collishaw alcançou o posto de Air Vice Marshal; ele foi premiado com a "Companion of the Order of the Bath", durante o seu serviço.

No início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, Collishaw foi promovido à Comodoro do Ar e assumiu a posição de Comandante do Grupo de Comando Aéreo No. 204 ("Grupo do Egito") no norte da África. Concentrou-se em estratégia e tática para neutralizar a força aérea italiana e obter superioridade aérea no norte da África.

Suas memórias foram intituladas "Comando Aéreo, A História do Piloto de Combate" e foram publicadas em 1973. Collishaw morreu em 28 de setembro de 1976 em West Vancouver, British Columbia, aos 82 anos.