Da Cidade das Luzes aos Palácios dos Sonhos

Evocativo, enigmático e assombrado por pólipos aerotransportados, O Livro das Formigas, também conhecido como Livre des Fourmis, dá à Trilha dos Guardiões de Cthulhu e aos jogadores uma janela essencial para a Paris dos anos 20 e 30 e para o Mundo dos Sonhos.

De novembro de 1918 a setembro de 1929, o jovem poeta Henri Salem se aproximou dos surrealistas de Paris. Levado pelo carisma imperioso do líder do grupo André Breton, ele rapidamente se viu dividindo as mesas dos cafés com as figuras-chave desse movimento artístico mais influente e turbulento do período pré-guerra. Segundo ele, seu diário da época, trocou gracejos com Marcel Duchamp, temeu a loucura de Antonin Artaud e serviu de modelo para o famoso tiro de formigas rastejando de um buraco na mão de um homem no filme escandaloso de Salvador Dalí e Luis Buñuel Un Chien Andalou.

Se sua história pode ser totalmente acreditada, ele saiu com eles do despertar de Paris para um reino de sonho antigo, mas surpreendentemente maleável. (Exceto por Breton, que nunca poderia dar o salto.) Lá ele caminhou ao lado de figuras da Mythos como Randolph Carter, King Kuranes e o ghoul antes conhecido como Richard Pickman.

Como tal, seu diário serve como um guia indispensável para quem deseja explorar o perigoso demimonde da cena artística parisiense, onde divergências sobre a estética são frequentemente resolvidas com ferimentos a faca e ossos quebrados. Ainda mais, ele fornece uma visão rara das costas em constante mudança das Dreamlands, assim como seu ar de fantástico dá lugar a reflexos horríveis de um mundo girando em caos e morte.