O que é
Tero é um jogo de cartas estratégico e cooperativo-competitivo sobre sustentabilidade, dilemas éticos e impacto social, desenvolvido pelo Instituto Saber Fazer. Nele, os jogadores assumem papéis profissionais com visões distintas sobre como salvar o planeta - desde ecólogos idealistas até tecnocratas radicais - cada um com metas individuais e habilidades especiais.

Contexto do Jogo
Nos últimos anos, o planeta enfrentou o que muitos chamam de "era das promessas vazias": acordos climáticos rasgados, metas de carbono ignoradas, avanços tecnológicos usados para exploração em vez de reparo. O aquecimento global ultrapassou 1,5 ºC; as calotas polares perdem massa em ritmo acelerado e a Amazônia agora emite mais carbono do que absorve.

Cidades costeiras estão sendo engolidas pelo mar. Zonas de calor extremo tornaram-se inabitáveis. Ciclos agrícolas tradicionais entraram em colapso em vastas regiões. A água potável se tornou um recurso mais precioso que o petróleo. Os sistemas socioeconômicos estão sob pressão. A desigualdade se agravou à medida que desastres climáticos expulsaram milhões de pessoas de suas terras. Corporações, governos e ativistas disputam os últimos espaços de influência em um planeta que não perdoa mais.

Diante desse cenário, a ciência foi unânime pela primeira vez: o ponto de não-retorno acontecerá em até 50 anos - talvez menos.

Não se trata mais de salvar o planeta. Trata-se de garantir que a civilização humana ainda possa existir no século seguinte. A natureza sobreviverá com ou sem a humanidade. A pergunta que resta é: nós sobreviveremos a nós mesmos?

Frente a esse cenário, duas grandes frentes ideológicas se consolidaram:
Os Preservacionistas, que defendem frear o avanço desenfreado e restaurar os ecossistemas, mesmo que isso exija limitar o progresso.
Os Pragmáticos, que apostam em crescimento tecnológico e soluções escaláveis, mesmo que o custo ambiental imediato seja alto.

Ambos sabem: se o colapso vier, ninguém vence. 

E agora, vocês - representantes de diferentes visões, histórias, ideais - foram convocados para decidir, rodada após rodada, década após década, se haverá algo além do fim. Neste jogo, tempo é um tirano indiferente, e vocês são as últimas vozes que ele tolera ouvir.

Como jogar

Cada tipo de carta deve ficar em uma pilha. O número total de montes é três:
. ações ambientais (embaralhadas).
. fenômenos ambientais.
. consequências inesperadas.

Como jogar - exemplo prático
Distribua aleatoriamente as cartas de personagens entre os jogadores. Cada um verifica seu personagem e mantém a face da carta voltada para baixo. Caso haja apenas 4 jogadores, antes da distribuição, retire os personagens empresário e educador.

Distribua três cartas de ação ambiental por jogador. Essas cartas permanecem com a face para cima, visíveis para todos os jogadores.

1º Fase
Revele 1 carta de fenômeno ambiental. A partir da segunda rodada, é virada uma carta de consequência inesperada junto a uma de fenômeno ambiental. Jogadores apresentam suas cartas de ação ambiental, argumentam e discutem a importância de implementar suas ações. Devido ao seu caráter preventivo e sistêmico, a carta conselho participativo é uma carta coringa.

No turno, é possível:
. Jogar 1 carta de ação ambiental.
. Passar a vez (guardar recursos).
. Solicitar recursos de outro jogador para implementar uma ação (inclusive, blefando).

2º Fase
Aplique os efeitos das cartas jogadas por ordem de custo - maior ao menor.
Faça os cálculos necessários dos pontos sustentáveis. Os pontos gerados pelas cartas permanecem com os respectivos jogadores.
Jogadores verificam se há metas individuais cumpridas nas ações ambientais que permanecem na mesa. Caso sim, o jogador que cumpriu recebe +1 Ponto de Recurso.

3º Fase
Com isto, a rodada se encerra.
Todos ganham +2 Pontos de Recurso.
Todos compram uma Carta de Ação Ambiental.
Volta-se à Fase 1.

O jogo acontece ao longo de 5 Rodadas.