Moruba (também Maruba) é um jogo mancala jogado pelos Pedi (antigo nome: Bapedi) nas províncias sul-africanas de Limpopo (principalmente nas partes de língua North Sotho) e Mpumalanga, na antiga Transvaal. Mais tarde, o jogo foi espalhado por trabalhadores de minas para Gauteng. Está intimamente relacionado a jogos descritos em Moçambique, como Tchouba e Njombwa. O jogo foi pesquisado pela primeira vez em 1917 pelo etnógrafo britânico P. A. Wagner.

Moruba é tradicionalmente jogado por homens no final da tarde, à sombra de uma árvore. O jogo era usado durante a guerra e também era uma atividade social onde os homens estrategizavam sobre uma variedade de atividades e eventos relacionados a eles, compartilhando conselhos e ideias. A linguagem, as expressões e a terminologia do jogo significam o que acontece quando ocorre uma guerra. Como as mulheres não eram permitidas a ir à guerra, elas não jogavam o jogo. Nos dias de hoje, no entanto, ambos os gêneros passaram a jogar.

A partir de 2003, Moruba foi promovido como um esporte indígena pelo Centro Nacional de Desenvolvimento de Produtos da CSIR e pela Comissão Sul-Africana de Esportes (SASC). Houve torneios individuais e de equipes no Festival de Jogos Indígenas em Polokwane e na Competição de Jogos Indígenas em Tzaneen. O jogo também é apoiado pelo Departamento de Esportes, Recreação, Artes e Cultura de Mpumalanga e pelo Departamento de Esportes, Recreação, Artes e Cultura da Província de Gauteng, porque é uma importante expressão da identidade indígena e, como foi dito, de um "estilo de vida saudável". Os melhores jogadores, entre eles D. Shikwambam e Petrus Shibambu, estão organizados na Mindsports South Africa (MMSA).

Esse renascimento dos jogos africanos é uma resposta ao apelo de Thabo Mbeki "para redescobrir o que foi perdido pelos povos indígenas da África (através do colonialismo)".

Hoje, as cidades de Sasekani e Bolobedu são centros do jogo. Clubes fortes também existem em Ka-Phalaborwa, Letaba e Selwane. O jornal Mopani News relata regularmente sobre competições de Moruba. O jogo, que já é ensinado na Bolobedu High School, será em breve introduzido em todas as escolas da Província de Limpopo. Dickson Mpofu, o coordenador de jogos indígenas em Mpumalanga, até quer registrar o Moruba no comitê olímpico.

**Regras**

O tamanho do tabuleiro de jogo geralmente depende do número de jogadores. O mais comum são tabuleiros com quatro fileiras de 12 buracos (mekoti) cada, mas o número de buracos pode variar de quatro a 36 buracos por fileira. Os buracos são cavados no solo. Cada buraco contém duas pedras, geralmente pedrinhas ou sementes de morula, chamadas mathlapa ("gado") ou tinkhomo ("vaca").

O jogo é jogado por duas pessoas e, às vezes, por equipes de até seis jogadores.

Cada jogador (ou equipe) usa apenas o seu lado do tabuleiro.

Na sua vez, o jogador pega o conteúdo de um dos seus buracos, que deve conter pelo menos duas pedras, e distribui-as, uma por uma, no sentido anti-horário para os buracos consecutivos no seu lado.

Se a última pedra cair em um buraco não vazio, o seu conteúdo é distribuído em outra volta na mesma direção.

A jogada termina (kulala; literalmente "dormir") quando a última pedra é colocada em um buraco vazio.

Se a última pedra cair em um buraco vazio da fileira interna e o buraco oposto do seu oponente contiver pedras, essas pedras inimigas são "mortas" (tlaba) ou "atingidas". Além disso, as pedras no buraco da mesma coluna na fileira externa são "capturadas" (tlola). As pedras mortas ou capturadas são removidas do tabuleiro. O jogador tem então o direito de capturar o conteúdo de outros dois buracos inimigos.

Quando um jogador tiver apenas pedras solitárias, ele pode movê-las, mas apenas para buracos vazios.

O jogador que ainda tiver pedras no final do jogo é declarado o vencedor. O jogo é um empate quando a posição do tabuleiro se repete sem que nada seja capturado.