Os piratas duendes do Mar do Norte são uma praga perniciosa para os comerciantes empreendedores. É claro que eles não são uma ameaça para as grandes casas de navegação e para os reinos mais ricos, que podem pagar os navios mais poderosos, e por isso continuam a pilhar sem parar. Porque é que aqueles que têm o poder de os impedir o fariam se isso não lhes traz lucros? Na verdade, por que fariam isso quando isso poderia prejudicá-los no final, dando aos novatos a chance de entrar em campo e talvez até mesmo exibi-los?

Mas ainda há um custo. Pois esses piratas goblins adoram deuses sombrios e negociam com demônios, e todos esses mestres têm apetites vorazes que devem ser satisfeitos. Eles buscam aquisição nas terras dos vivos e conseguem isso através dos corpos dos mortos. Imensos leviatãs demoníacos espreitam sob as ondas salgadas, agitando o fundo do oceano com raiva do mundo insípido dos homens. Eles alcançam aqueles que se afogam em suas águas, jogados ao mar por piratas ladrões. Eles injetam vida nova nesses cadáveres, enchendo-os com ossos de corais contaminados e musculaturas molusculares, e então os devolvem à superfície.

Esses homens dos corais – como os sobreviventes os chamam – aparecem nas praias ao longo da costa, em busca de seres vivos. É preciso olhar atento para detectar a arquitetura exoesqueletal de suas corcovas incrustadas de corais que se projetam acima da água, mas, uma vez emergidas, é difícil não notá-las. Na ilha de Inkstvarr, os pescadores são especialmente cautelosos com qualquer coisa que flutue na água – podem ser os mortos que voltam para assombrar os vivos!