“A profunda influência do comércio marítimo sobre a riqueza e a força dos países foi vista claramente muito antes que os verdadeiros princípios que governavam seu crescimento e prosperidade fossem detectados. Para assegurar ao próprio povo uma parcela desproporcional de tais benefícios, todos os esforços foram feitos para excluir outros, seja pelos métodos legislativos pacíficos de monopólio ou regulamentos proibitivos, ou, quando estes falharam, pela violência direta. O choque de interesses, os sentimentos de raiva despertados por tentativas conflitantes de se apropriar da maior parte, senão do todo, das vantagens do comércio e de regiões comerciais distantes e instáveis, levaram às guerras ”.
- Alfred Thayer Mahan, The Influence Of Sea Power Upon History, 1660-1783

Embora anunciado como empreendimentos puramente comerciais, o “String of Pearls” da China (uma série de portos importantes) na região do Oceano Índico (IOR) dá a ela a opção de reivindicar o controle marítimo daquele teatro, e por um bom motivo. Cerca de 80% do petróleo da RPC transita pelo IOR antes de engarrafar no Estreito de Malaca e, em seguida, termina nos portos da RPC. Mesmo um oleoduto Gwadar-Kashgar, projetado para contornar a rota IOR de comprimento total, ainda exigiria algum transporte marítimo inicial, seguido por um descarregamento vulnerável, e não poderia transportar a carga completa de qualquer maneira.

Portanto, em uma interpretação moderna das observações de Mahan, a China usou “métodos legislativos ... monopólio ... (e) regulamentações proibitivas”, tudo via diplomacia para proteger suas rotas marítimas de transporte de petróleo em todo o IOR. O cultivo paciente de relações com o Paquistão ao longo de décadas proporcionou acesso ao porto moderno e atualizado de Gwadar, no Paquistão. Estimulado por arrendamentos de terras chineses e projetos de desenvolvimento, o presidente das Maldivas, Yameen, se aproximou da China, enquanto sua oposição olha para a Índia. No Sri Lanka, a China pode ter usado a "diplomacia da armadilha da dívida" perdoando dívidas para obter certos direitos ao porto de Hambantota por 99 anos. Que irônico, depois de reconquistar Hong Kong, a China agora está usando táticas que lembram os mercantilistas do Império Britânico para ganhar o Ceilão!

Assim, à medida que a China protege suas rotas marítimas, outras potências percebem ameaças correspondentes às suas. A Índia não pode deixar de se sentir cercada. Os Estados Unidos têm incentivos estratégicos para preservar a Índia como contrapeso à expansão chinesa. E qualquer nação que extraia petróleo do Golfo Pérsico ou da África deve se perguntar sobre as possíveis consequências negativas do poder chinês irrestrito. A presença crescente de navios da marinha chinesa na região só reforça essas preocupações. Portanto, o IOR não é apenas um ponto de atrito geopolítico potencial, mas também um teatro crítico em qualquer conflito de poder global maior que irrompa por atrito em outros lugares.

O jogo Indian Ocean Region permite que os participantes joguem possíveis conflitos futuros, por volta de 2025, de seus primórdios políticos a finais militares com a mesma mecânica de jogo usada no jogo South China Sea. Os jogadores assumem os papéis de nações ou grupos de nações e distribuem cartas em várias rodadas de jogo, cada uma representando três a sete semanas para avançar suas agendas separadas. Cada jogo de cartas pode desencadear um conflito armado. Se a violência acontecer, a escala de tempo diminui para três a sete horas por turno e os jogadores enviam suas unidades militares para resolver os assuntos pela força. Essas forças incluem: navios de capital individuais, pares ou triplos de embarcações menores, esquadrões de aeronaves e batalhões de tropas terrestres, todos travando uma guerra no extremo oposto de cordões logísticos.

Informação do produto:
• Complexidade: 7 de 10
• Adequação do Modo Solo: 6 de 10
• Escala de tempo: 1 turno = entre 3 e 7 hora