Um buraco no chão se abre atrás do palácio em ruínas. Um leve brilho roxo ilumina esta área à noite, mas há poucos aqui para vê-lo. Esta cidade está morta há séculos, ainda amaldiçoada por uma terrível desgraça. Os Intrusos se encontram nos braços da Morte antes de encontrarem esta pedreira. O mago faz seu trabalho em paz, longe dos mundos dos homens e dos animais.

Ele se lembra de quando encontrou o minério tóxico. Seus colegas sempre consideraram a cidade desprovida de valor e diziam isso sempre que tinham oportunidade. Apesar de toda a sua fanfarronice, eles eram verdadeiramente ignorantes. O mago não acreditaria em contos. Ele descobriria por si mesmo quais tesouros aquela antiga desgraça havia deixado intactos, para ele descobrir sozinho. E ele deixaria os outros entregues à cegueira e manteria suas justas recompensas só para si.

Pelo menos, desde que esses lacaios sejam confiáveis. É claro que ele não poderia extrair ele mesmo o minério tóxico. Uma ideia absurda! Nem ele poderia refiná-lo. Ele tentou persuadir aventureiros a virem aqui, para ajudá-lo a adquirir esta fruta estragada. Mas eles morreram horrivelmente, gritando. O mago ainda pode ouvi-los, em noites frias e sem vento. Esses novos amigos dele, convocados de outro mundo, não eram tão fracos.

Os Blocos de Construção são de um plano de existência muito diferente deste terrestre. Eles são mestres em formas cúbicas, transformando tudo o que os rodeia em imagens de si mesmos, só que sem membros. Pois essas criaturas quadradas estão acostumadas a um mundo de cubos e ângulos retos e, por isso, forjam a matéria deste mundo em formas que conhecem da melhor maneira que podem. E fazem isso facilmente, pois são imunes aos efeitos tóxicos da magia que infunde esse minério estranho e único. Eles o arrancam do chão dia e noite, nunca enfraquecendo sob seu brilho esmeralda. Eles o submetem aos procedimentos de refino, empilhando o produto final – ainda tóxico, mas numa forma com a qual o mago pode trabalhar – em pilhas luminosas de blocos.