Olhando para o suposto grupo de pessoas que é dominado “Jogadores de Boardgames” no Brasil tenho algumas considerações a fazer a respeito de alguns fenômeno que podem ser observados. Nos próximos tópicos estarei tentando desconstruir e elucidar com mais profundidade cada uma dessas pontuações.
I Existe uma confusão muito grande com relação à definição, se isso for possível, de quem é jogador de boardgames, de quem é consumidor de boardgames, e de quem se encaixa ao mesmo tempo nessas duas classificações.
II A disseminação de ódio e intolerância no meio. Existem diversos perfis de jogadores ou consumidores de boardgames. Em todo âmbito de atividade humana isso é uma constante (a diversidade). É constante que pela semelhança de perfis surjam grupos que zelem pelo que os tornam iguais. É constante que pela diferença desses grupos surjam conflitos. O conflito é interessante quando ele abre espaço para um debate honesto e racional que promova um maior entendimento do que se está sendo discutido. Mas o que se vê em 99,9% da discussões conflitantes é uma disputa de egos, desprovida de racionalidade e recheadas de ofensas, ressentimentos e de pouco proveito.
III A disseminação quase irracional da ideia de que estamos em uma cruzada e cada jogador ou consumidor de boardgame precisa converter sua família, seus amigos e conhecidos ou desconhecidos. Na verdade essa é a fala de um grupo, que possui algum tipo de interesse na expansão do mercado e não deveria jamais ser confundida com a essência de jogar algo: passar algum tempo sozinho(a) ou acompanhado(a) de forma agradável, despretensiosa ou não. Você não precisa jogar com 100 pessoas diferentes toda semana para ser feliz com seu novo jogo (a menos é claro que essa seja uma meta particular sua).
IV Supervalorização do novo. Observando a quantidade de jogos que são lançados em espaços de tempo cada vez menor é obvio o surgimento de uma corrida por parte dos consumidores em absorver essa oferta. Meu questionamento vai de encontro à suposta necessidade de ter “a novidade”. Pois para justificar sua aquisição “a novidade” é tratada como “a melhor jamais vista” quando na verdade esse é um discurso comercial e superficial que tem como fim apenas a venda de mais uma caixa para sua estante.
Em nenhum o momento é de minha intenção ter a última palavra sobre as reflexões provocadas pela abordagem desses assuntos. Acredito que como em todo fenômeno humano haverão mais de um ponto de vista válido e acredito com sinceridade que possam coexistir harmoniosamente. No fim o propósito de toda essa conversa será o enriquecimento humano e pessoal de todos.