Por Bum Kim
Fonte: https://www.boardgamegeek.com/thread/1436949/why-i-song-blades-and-heroes-over-wrath-kings

Estive procurando por um jogo de batalha de mesa com um conjunto de regras simples e miniaturas legais. Em resumo, eu queria um jogo que eu pudesse jogar com meu filho de 15 anos, que não tem nenhuma tolerância para regras complicadas e também um jogo que não drenava minha carteira comprando dois exércitos diferentes. Eu realmente gosto de Deadzone, especialmente quando utiliza um mapa, tem um cenário legal e uma boa mecânica de cartas. Mas, como pintor de miniaturas, sempre achei as minis da Mantic pouco inspiradoras. Além disso, eu estava à procura de um jogo de guerra com temática de fantasia.

Deadzone: terrenos impressionantes, miniaturas nem tanto.

Primeiro, eu acho impressionante quando as empresas deixam suas regras disponíveis online para leitura. CMON faz ainda melhor, não só postando todo o livro de regras de 247 páginas, mas também todas as cartas de estatísticas de cada facção. Na verdade, se você deseja atuar como procurador de miniaturas, é possível jogar Wrath of Kings sem gastar um centavo! Isso não é possível com Song of Blades and Heroes já que você gastará US $ 8 com o livro de regras, que é barato, mas ainda assim algum dinheiro.









Minha intenção original era comprar as minis de Wrath of Kings e experimentá-lo antes de investir, mas a história é tão boa que eu comprei ambas as caixas iniciais Nasier e Shael Han (apenas as primeiras 23 páginas do livro de regras são sobre o jogo; o restante é uma história envolvente e bem escrita passada no mundo de Wrath of Kings). Então, isso prova a minha teoria de que quanto mais abertos seus direitos autorais, mais fãs você faz.

Miniaturas de qualidade e em bom número


Song of Blades and Heroes pode usar qualquer miniatura que você quiser. Eles realizaram dois Kickstarters para produzir suas próprias minis, mas o jogo não é projetado para qualquer linha particular de miniaturas. Na verdade, você pode usar diferentes escalas, onde modelos de 15mm ou menores usam um conjunto de varas de medição e as de 20mm ou mais usam outra. Este é um benefício para aqueles que já têm um monte de minis.



Dito isto, uma coisa que a CMON faz bem são as minis. Eu amo os detalhes desses caras, bem como o design. Eu sei que alguns não gostam da natureza picante de algumas das figuras femininas, mas sou um grande fã de arte e não vejo a nudez como lasciva - especialmente desde que os Pelegarth’s fizeram as formas do corpo mais robustas e realistas. Além disso, mesmo que eu gaste US $ 120 com as duas caixas iniciais, é um negócio incrível pagar $ 2,30 em cada modelo. Este preço aumenta de forma significativa na compra de especialistas e caixas de líder, mas ainda assim mais barato do que outros fabricantes por aí. Na verdade, eu usei minhas minis de Wrath of Kings para jogar Song of Blades and Heroes, substituindo as estatísticas dos elfos e humanos.







Então isso me leva à primeira crítica que tenho para Wrath of Kings. Não é um jogo de escaramuça. No livro de regras, existem três tipos diferentes: Intro, Combate e Batalha. O menor jogo requer 2 líderes, 12 infantarias e 2 especialistas para um total de dezesseis modelos. Para o nível Combate você tem que utilizar quase toda a caixa inicial com cerca de vinte e quatro modelos. E para jogar nível Batalha (que é o tamanho recomendado), você tem que comprar mais especialistas e líderes do que os que vêm na caixa inicial! Depois de jogar alguns jogos dos níveis de Introdução e Combate, eu posso ver a verdade disto já que você deseja mais modelos no tabuleiro, a fim de encontrar sinergia para o jogo e para o equilíbrio da facção. A jogabilidade é teoricamente rápida e simples, isto não é necessariamente um impedimento, mas você não pode esquecer que quanto mais tipos de modelos você tem, maior é a complexidade.




Song of Blades and Heroes, por outro lado, em um jogo normal tem 300 pontos para serem gastos em minis, sendo que o mais típico é que tenham de seis a dez modelos em cada lado. E fiquei surpreso ao descobrir que gostei de fazer esquadrões personalizados através de seu construtor warband online! O livro de regras tem estatísticas pré-fabricadas para todos os tipos de raças de fantasia, mas achei muito divertido ajustar as estatísticas aqui e ali, mesmo na preparação para o meu primeiro jogo.

Em Song of Blades and Heroes, cada modelo tem apenas duas estatísticas: Qualidade e Combate. Por exemplo, eu dei para minha Ashman Hakar uma qualidade de +2 e Combate +3 (estatísticas ELF). Todas as jogadas são através de um d6 e deve-se rolar um valor igual ou maior do que o valor de qualidade, a fim de ativar e executar outras ações, portanto, quanto menor o número, melhor. Ao valor de combate é adicionada uma única jogada de d6 para a pontuação total de combate, portanto quanto mais alto o número, melhor. 

Quando li essa regra pela primeira vez, pensei que a falta de estatísticas tornaria o jogo demasiado simples a ponto de ficar desinteressante. Mas cada modelo tem a opção de regras especiais, especialmente os líderes. Assim, a minha Ashman Hakar também tinha a característica Heavy Armor (Sempre que o modelo é derrotado em combate por um ponto, a armadura resiste ao golpe e é empate), bem como Líder ( +1 às jogadas de qualidade ao grupo de ativações e modelos aliadas).



Ativação


Eu gosto da ideia de Wrath of Kings ter rodadas alternadas onde cada lado move uma unidade de cada vez (com exceção do grupo que se move com o líder). Isso definitivamente mantém os dois jogadores envolvidos em todo o processo. Depois de cada unidade ativa, a rodada é longa, você vai rolar a iniciativa e começar tudo novamente.

Song of Blades and Heroes tem um processo realmente único de ativação dependente da sorte. No seu turno, você ativa uma miniatura de cada vez para determinar quantas ações ele tem. Você pode optar por jogar de um a três dados para cada miniatura usando seu valor de Qualidade para determinar os sucessos. Cada sucesso concede uma ativação. Por que você não usa sempre três dados para esta etapa? Se você jogar duas ou mais falhas, o turno passa para seu oponente após a ativação do modelo. Caso contrário, você escolhe outro modelo e repete o processo. Dependendo da sua sorte, é possível ativar cada um de seus modelos no seu turno ou ter apenas um único modelo ativado antes de passar a vez. Com um valor de qualidade +2 no meu Ashmen, eu sempre rolava 3 dados e raramente tive que passar o jogo antes de ativar todos os meus modelos.

Outra mecânica que eu gosto é que, quando o jogo retorna para você, você não é obrigado a ativar modelos que não foram ativados em sua última rodada. Em outras palavras, você não tem que percorrer todo o seu exército antes de uma unidade jogar outra vez. Eu encontrei várias situações no Wrath of Kings onde tive que mover unidades para a linha de frente apenas para serem mortas porque eu não conseguia ativá-las de novo, enquanto meu inimigo passou várias rodadas atacando.

Batalha: É realmente simples?


Ok, então este é o maior problema que tenho com Wrath of Kings. Sim, a jogabilidade básica é simples e rápida. A batalha é resolvida com tipicamente um ou dois D10 sem jogadas opostas. Mas, a fim de fazer o dado rolar mais simples, o bloco de resultados na carta de estatísticas de cada unidade é muuuuito, muito, complicado. Deixe-me dar o seguinte exemplo dessa luta entre Ashmen e Legionários:





Qualquer coisa que não seja um crânio ou um raio é uma falha. Mas várias habilidades modificam diferentes tipos de defesas. No exemplo acima, a capacidade de Feint do dragão Legionário (1) substitui a estatística mais alta do Parry com um dano. Assim o resultado 3 do Parry do Ashmen é agora um raio. Isto é especialmente doloroso já que a capacidade do Ashmen é fazer um ataque livre quando uma defesa é gerada, de modo que a eficácia desta capacidade é reduzida em um terço. Adicionar a capacidade adicional de vapores de cura, que acrescenta uma jogada salva, mais o bônus de Guarda do Dragão da Legião Keeper (1) que substitui o menor raio do Legionário com uma defesa, junto com a habilidade Inspirar altamente eficaz que permite um ataque mágico dentro de 1 e ainda há uma série de estatísticas, que são agora modificadas de forma aleatória. Seria muito melhor ter um modificador de dados de "adicionar um" para sua jogada. Além disso, eu não gosto da falta de um contador de jogadas para a defesa. Em vez disso, eu olho a minha carta para tentar manter o controle de todos os diferentes modificadores de estatísticas para ver se houve ou não um sucesso que acompanha efeitos desencadeados. Isso reintroduz uma complexidade desnecessária ao que era um suposto combate simplificado.

Em contraste, em Song of Blades and Heroes, o atacante e o defensor rolam um único d6, acrescentando seu valor de Combate. Nada acontece com um empate; caso contrário, o número mais alto vence. Se a figura vencedora dobrar o valor de combate do seu adversário, é um golpe mortal e a figura adversária é removida. Caso contrário, dois outros resultados podem acontecer. Se o resultado do dado é maior, o adversário cai no chão. Se for empate, o perdedor recua para trás um único espaço base de largura de distância do atacante. É muito ruim ficar caído assim como quaisquer resultados de perda de combate que levem a morte instantânea, mesmo que não seja o dobro da jogada do defensor. Há um punhado de modificadores de dados como quando dois atacam um inimigo caído ou paralisado, +1 se for um modelo maior atacando um menor, -1 para Defender para cada modelo inimigo adicional envolvido em relação ao primeiro, etc. Tudo isso é para dizer que, depois de jogar uma partida curto, eu já sabia todos os modificadores e não tinha mais que olhar para a minha folha de estatísticas para saber como resolver um combate. Além disso, ser capaz de contra-atacar quando defendendo (exceto em ataques à distância) me fez continuar envolvido mesmo quando não era minha vez.



Neste exemplo, tanto o Pelegarth quanto o Legionário têm as mesmas estatísticas de Qualidade +3 e Combate 3. O Pelegarth usa 2 ações para fazer um golpe de energia que é dar -1 à pontuação de combate do alvo. Ela rola 4 e adiciona seu valor de combate para um total de 7. O Legionário rola um 3, mas tem +1 pois está em um terreno mais alto. Mas este bônus é cancelado pelo golpe de energia, levando sua pontuação total para 6 e fazendo-o perder a luta. Desde que o Pelegarth tire um número par, o Legionário cai.

Outra coisa estranha com Wrath of Kings é que não parece haver qualquer modificador de cobertura para ataques à distância. O Livro de Regras, na verdade, tem regras LOS, mas sem modificadores. Em Song of Blades and Heroes, o atacante simplesmente recebe -1 ao seu valor de Combate ao atacar figuras com cobertura. Song of Blades and Heroes admite que esses ataques sejam intencionalmente fracos já que eles querem brigas corpo a corpo como o foco da batalha. Em Wrath of Kings, ataques à distância são mais poderosos e, portanto, fornecem mais opções táticas.

Cenários e Campanhas

Eu realmente gosto da variedade de condições, motivações e vitória para Wrath of Kings. Torna o jogo mais interessante do que apenas tentar destruir o outro exército. Há um componente moral em cada jogo que faz sentido e não é excessivamente complicado.



O Song of Blades and Heroes não tem um sistema de motivações comparável, mas tem a variedade de cenários. Ainda melhor, porém, é que há um sistema de campanha robusta, onde esquadrões podem melhorar e ganhar habilidades ao longo do tempo. Isso é ótimo porque você pode jogar três ou quatro dos 300 cenários em uma tarde e assim pode avançar em uma campanha com bastante rapidez. E porque você pode personalizar cada personagem, o que é realmente divertido para experimentar modelos diferentes. Isto influencia minha escolha, já que eu amo tanto RPG.

Conclusão:


Se você olhar novamente para as cartas de estatísticas acima, vai ver que os legionários são muito eficazes contra as Ashmen. Eu não sei sobre outras facções, mas esta é uma das razões que levam Wrath of Kings a ser melhor jogado em uma escala maior, a fim de criar um maior equilíbrio entre os exércitos (embora eu ache que Shael Han é ainda mais forte que Nasier devido a muitas de suas habilidades serem fáceis de inutilizar). Devido a isso, Wrath of Kings é definitivamente um jogo de guerra em oposição a um de escaramuças e, portanto, será inerentemente mais complicado. Isso não é necessariamente ruim para aqueles que querem um jogo de guerra em escala maior. Mas o que realmente acho sobre isso é que as habilidades e modificadores da tabela de defesa para cada unidade ficam mais complicadas. As regras são simples o suficiente, mas quando eu tenho que ler muito de um pequeno script da minha unidade nas cartas, percebemos que só transferiram toda a complicação do livro de regras para as cartas. 




Eu estava preocupado que Song of Blades and Heroes fosse muito simples, mas foi um prazer notar que há profundidade suficiente adicionada pelas habilidades especiais, para tornar o jogo mais profundo. Além disso, há uma série de regras opcionais que podem ser adicionadas, juntamente com uma regra avançada definida para aqueles que gostariam de mais detalhes, que podem ser compradas (o que eu não fiz). Finalmente, meu filho disse que prefere Song of Blades and Heroes do que Wrath of Kings, o que torna minha decisão muito fácil.

Eu não me arrependo de comprar minhas duas facções de Wrath of Kings, já que estamos usando estas minis impressionantes para Song of Blades and Heroes! 

Traduzido por mgstavale