Escrita por: Rodrigo Monsores e Rodrigo Neves

Descrição do jogo por: Rodrigo Neves.
Sinopse do Jogo:
Tsuro of The Seas é um jogo de estratégia abstrato, de cunho familiar, onde os jogadores controlam barcos sobre correntezas que podem a qualquer momento lançá-los para fora do tabuleiro, sobre outro barco ou sobre um monstro. O jogo foi desenvolvido em 2012 pela dupla Tom McMurchie e Jordan Weisman, este último tendo participado de projetos interessantes como Golem Arcana, Battletech e Heroclix. É um jogo sem nenhuma dependência de idioma, e que já vem com manual em português de Portugal. Uma partida dura menos de 30 minutos e pode acondicionar de 2 a 8 jogadores.
Objetivo:
Os jogadores possuem barcos com os quais eles querem manter navegando no mar o máximo possível, isso é, mantê-los no tabuleiro do jogo. Em cada turno os jogadores vão colocando tiles no tabuleiro. Cada tile tem duas conexões em suas bordas, e conforme eles são colocados no tabuleiro eles vão criando uma rede de caminhos conectados. Quando um tile é colocado em frente à um navio, aquele navio navega até o fim do caminho criado em sua frente. Se o navio for para fora do tabuleiro, o jogador dono do navio está fora do jogo. A novidade em Tsuro of the Seas são os tiles daikaiju, que representam monstros e outras criaturas das profundezas. A cada rodada eles podem se movimentar e devorar os barcos dos jogadores ou a si mesmos. Quem se manter no tabuleiro o maior tempo possível, ganha o jogo.
Mecânicas:
- Colocação de Peças
- Construção de Rotas
- Rolagem de Dados
Componentes:
O tabuleiro do jogo tem uma arte muito bela, condizente com a proposta náutica do jogo, usando muitos tons de azul e cores frias.
O jogo conta com 8 peças que representam os navios dos jogadores, feitas de plástico bem-acabado e de boa qualidade.
Encontramos no Tsuro of The Seas 10 tiles de monstros, indicando 5 monstros diferentes, que podem aparecer no jogo e se movimentam aleatoriamente, por rolagem de dados. Todos os monstros possuem uma versão dourada e outra em azul, que define a prioridade no movimento. Monstros dourados movem primeiro.
Existem diversos tiles de mar, cada um diferente dos outros, que criam caminhos contínuos ligando as bordas do tabuleiro.
E por fim, dois dados para os monstros e um manual de instruções.
Síntese do Jogo:
Para o setup, embaralhamos todos tiles de monstros e sorteamos 6 deles para iniciar o jogo no tabuleiro. Para colocar cada monstro em jogo, devemos lançar os dados. Os valores indicados são usados como coordenadas no plano cartesiano, azul na vertical e dourado na horizontal.
Importante: a orientação dos monstros faz diferença no jogo. Para isto sugere-se que coloque-se o tile virado para baixo, e gire-o, como um peão. Depois o posicione na sua casa definida pelos dados.
Em seguida, cada jogador escolhe seu barco e o posiciona em algum ponto de partida na borda do tabuleiro, indicado por segmentos brancos.
Embaralhe os tiles de mar e forme uma pilha ao lado do tabuleiro. Cada jogador deve receber uma mão inicial com 3 tiles para o setup.
Em seguida, iniciando pelo jogador inicial, o jogo seguirá por uma sequência indefinida de turnos até que apenas um jogador reste no tabuleiro. Em cada turno, o jogador da vez rola os 2 dados de 6 lados. Se a soma der 6, 7 ou 8, o monstro irá se mover, enquanto nas outras somas ele fica no lugar onde está. Para determinar em qual direção eles irão se mover, o jogador rola um dado. De 1 a 5 o monstro existente rotaciona ou se move para uma direção. Se sair um 6, um novo monstro é colocado no tabuleiro.
Importante: Se um monstro atingir um tile, um navio ou outro monstro, o objeto contra o qual ele bateu é removido do jogo. Quanto mais monstros no tabuleiro, mais rápido os jogadores irão se encontrar à caminho do fundo do mar…
Importante: Se um monstro de movimenta para fora do tabuleiro, ele será removido do jogo.
Após movimentar todos os monstros, o jogador deve pegar um tile da sua mão e colocar na frente do seu barco. Ele imediatamente deve se deslocar pelo caminho criado a sua frente. Se sair do tabuleiro, ele perde. Se chocar com um monstro, ele perde. Se chocar com outro barco, ambos perdem.
Ao final do turno, o jogador compra mais um tile da reserva para compor os 3 que devem ficar na sua mão, e inicia a vez do próximo jogador a sua esquerda.
Comparação entre Tsuro x Tsuro Of The Seas por: Rodrigo Monsores (Filosofo_R)
Avaliação:
Em relação à qualidade dos componentes, Tsuro e Tsuro of the Seas são praticamente equivalentes.
Há mais tiles do que no primeiro Tsuro, tanto os “Wake tiles (tiles de correnteza)” como os “Daikaiju tiles (tiles de monstro)”. Vale destacar que os dados do Tsuro of the Seas são muito bonitos.
O tabuleiro da versão dos mares é um pouco maior. O Tsuro original apresenta a imagem da Fênix (utilizando cores quentes) e o dos mares mostra a imagem do Daikaiju (utilizando principalmente cores frias). A arte é de encher os olhos em ambas as versões.
É possível inferir que a Calliope Games esmerou-se para trazer não só uma versão mais bonita como uma experiência de jogo diferente em relação ao primeiro Tsuro.
Em relação à jogabilidade, a experiência é bastante diferente na versão dos mares, pois além de poder ser “expulso” do tabuleiro por um movimento do adversário, há ainda o perigo dos daikaijus que se movimentam em quase todos os turnos, pois a chance de se tirar 6 ou mais na soma dos dois dados é muito grande.
O fator sorte é muito maior na versão dos mares, mas a sensação de “perigo” constante e iminente traz um sabor diferente ao jogo, o que combina perfeitamente com a proposta do tema. Tem-se a sensação de estar comandando um barco em um mar perigoso e repleto de monstros que podem te devorar a qualquer minuto. É uma luta intensa entre estratégia e sorte e as chances são pequenas para todos. Muitas vezes o jogo acaba repentinamente, em poucos minutos. Contudo, isso não quer dizer que o jogo seja óbvio ou tedioso; uma vez que se começa a jogar, há vontade de resistir e continuar navegando, ainda que você esteja cercado e suas chances sejam poucas.
Isso dá certa impressão de que a mecânica da versão dos mares está mais bem aplicada em relação ao tema, e o tema é mais forte nessa segunda versão, isso sem desmerecer de maneira alguma o primeiro Tsuro.
O fator sorte é muito menor na versão original e vários jogadores que preferem ter mais controle, gostarão mais do primeiro Tsuro. É possível jogar a versão dos mares sem utilizar monstros, sugestão essa dada pelo próprio manual. Isso faz com que a versão dos mares fique muito parecida com o Tsuro original. Fica a critério dos jogadores, mas, em minha humilde opinião, a simples possibilidade de encarar monstros gigantes em mar revolto é muito mais interessante do que apenas movimentar os marcadores pelo tabuleiro. Há mais desafio.
E, o que pode ser ainda mais interessante para muitos jogadores, é o fato de que existe uma expansão para a versão dos mares: Veterans of the Seas.
A expansão acrescenta alguns tiles que podem aparecer e mudar drasticamente o jogo, tais como o tile do canhão (Taihou) que pode matar um daikaiju que estava prestes a eliminar um jogador, o tile do portal místico, que também pode salvar os jogadores do perigo iminente e ainda tiles de tsunami e redemoinho, que trazem ainda mais caos (se já não bastassem os monstros gigantes!!!) para o tabuleiro, provocando o terror nos jogadores. Vale uma conferida para quem quiser colocar ainda mais tempero no jogo.
Ambas as versões de Tsuro são divertidas, rápidas e excelentes como gateway. Fáceis de aprender e ensinar, divertidos, competitivos e leves. Sem sombra de dúvida, ótimos jogos e que vão agradar tanto a família quanto a jogadores mais experientes, pois, afinal, sempre é bom relaxar entre jogos mais pesados e ambos cumprirão muito bem esse papel. Um abraço e boa jogatina a todos!