Por rodolfolondero
Vencedor do Spiel des Jahres, Barbarossa é um jogo para 3 a 6 jogadores (3 a 4 na versão da Mayfair), lançado em 1988 por Klaus Teuber, também vencedor do Spiel des Jahres com os jogos Catan e Hoity Toity. Suas principais mecânicas são dedução e rolar e mover (roll and move). A versão avaliada é a da editora Mayfair.
Tema: Os jogadores representam magos que, para encontrar o lendário tesouro de Barbarossa, precisam descobrir o significado de estranhas estatuetas. Para tanto, eles contam com a ajuda de pedras mágicas e anões, mas devem evitar o temido dragão.
Componentes: O jogo possui poucos componentes, mas todos de boa qualidade. Há um pequeno tabuleiro para marcar os pontos de vitória e as pedras mágicas; um cardboard hexagonal e seis cardboards quadrados, formando o tabuleiro principal; quatro pinos de madeira (para se movimentar no tabuleiro), quatro cilindros de madeira (para marcar os pontos de vitória) e quatro cubos de madeira (para marcar as pedras mágicas); um dado; tokens variados; e o mais importante: quatro massas de modelar.
Regras: Antes do jogo começar, dependendo do número de jogadores, cada um deve modelar duas ou três figuras e posicioná-las no centro do tabuleiro, sem informar o significado delas. Vence o jogo quem primeiro alcançar o final da trilha de pontos, ou seja, marcar 26 pontos ou mais. No turno do jogador, ele rola o dado e avança o número de casas em um tabuleiro circular. Ao invés de rolar o dado, o jogador pode gastar uma pedra mágica para cada casa que deseja avançar. Existem quatro tipos de casa, duas repetidas: duas casas da pedra mágica (o jogador recebe uma pedra mágica); duas casas do dragão (os oponentes ganham um ponto de vitória); uma casa do anão (o jogador solicita uma letra de uma das figuras modeladas por um oponente); e uma casa da adivinhação (o jogador faz perguntas sobre as figuras modeladas pelos oponentes e, depois de receber "não" como resposta, ele pode adivinhar o significado de uma das figuras ou fazer mais perguntas). O primeiro jogador que adivinhar o significado de uma figura recebe cinco pontos, o segundo três pontos. Quem modelou a figura adivinhada recebe ou perde pontos, dependendo do momento em que se adivinhou a figura: enquanto as primeiras e as últimas figuras adivinhadas fazem o jogador perder pontos, as demais figuras fazem o jogador ganhar pontos. Também é possível gastar tokens de maldição para adivinhar as figuras, sem alcançar a casa da adivinhação (cada jogador começa com três desses tokens).
Gameplay: Barbarossa é um jogo divertido antes mesmo de começar a jogar, pois cada jogador tenta modelar figuras nem tão evidentes (o que facilmente acontece) e nem tão obscuras (o que dificilmente acontece). Isto porque as figuras evidentes serão rapidamente adivinhadas (ocasionando perda de pontos para o modelador) e as figuras obscuras provavelmente serão as últimas adivinhadas (também ocasionando perda de pontos para o modelador). Neste ponto, Barbarossa lembra Dixit, onde você também deve equilibrar o detalhamento de suas pistas. Entretanto, o apelo lúdico aqui é maior, pois você está modelando! É claro que Barbarossa é um jogo de seu tempo, o que se percebe pela mecânica de rolar e mover (as pedras mágicas pouco minimizam o peso dessa mecânica), mas a leveza do jogo impede qualquer frustração por falta de sorte.
Considerações: Barbarossa é um dos poucos jogos que utilizam massa de modelar como componente (no momento, lembro apenas de Cranium, mas a massa de modelar não é o componente principal do jogo). Por causa desta exclusividade, Barbarossa torna-se presença obrigatória em qualquer coleção interessada em jogos festivos (party games). Aliás, falando em jogos festivos, a edição analisada (Mayfair) cabe na mochila, mas falha em permitir apenas quatro jogadores (outras edições, mais antigas, permitiam até seis jogadores). Seria maravilhoso ver o tabuleiro cheio de figuras estranhas! Em todo caso, para quem está a fim de trocar o narrador pelo modelador, Barbarossa é o cara, digo, o jogo!
Avaliação final: Bom