Overview:
Em Heroquest (HQ), um jogador assume o papel do Mago Maligno Zargon, que controla uma masmorra e também diversos monstros como: goblins, orcs, múmias, esqueletos, gárgulas, entre outros, que estão fadados a serem derrotados pelos quatro heróis, estes controlados pelo restante dos jogadores. Um dos primeiros semi-cooperativos da história dos jogos de tabuleiro. A proposta aqui é simples: completar missões pré-definidas no guia de buscas, sempre explorando uma masmorra, enfrentando monstros, procurando passagens secretas, encontrando armadilhas (às vezes caindo nelas), achar tesouros e dinheiro.... ao final da missão se reforçar na armoriaria e começar tudo de novo.




Um grande trunfo do Heroquest é o fato de que os heróis podem passar de uma missão para a próxima, já que o livro de buscas pode ser jogado como uma campanha linear, contando ainda com uma fase de seleção de itens ao final de cada missão, que podem ser comprados com os tesouros e recompensas ganhos. Desta forma, HQ serviu como uma versão leve de D&D, que poderia ser jogado em um relativamente curto período de tempo. As quests podem demorar 30-60 minutos. Um dos maiores problemas do jogo é que os monstros não acompanham a evolução dos heróis. Ao longo das quests, os players se tornam bastante fortes e lá pelo final da campanha, o nível de dificuldade cai consideravelmente. Infelizmente para o vilão, isso significa que um conjunto habilidoso de heróis vai provavelmente ganhar. Entretanto, isto não é um problema para quem consegue enxergar a proposta deste jogo. Heroquest é um dos primeiros jogos onde um jogador assume a premissa de não poder ser ganhador para o restante do grupo ser bem sucedido. Temos aqui um jogo de RPG em uma mesa, com a figura de um Mestre ao invés de Overlord.
As ações reais do jogo são muito simples... Os heróis podem se mover, atacar coisas, procurar coisas e desarmar as coisas. Existem algumas habilidades assimétricas que combinam com os personagens, como o feiticeiro e o elfo podem usar feitiços, ou o anão pode desarmar armadilhas sem o kit de ferramentas. Da mesma forma, os heróis têm diferentes opções de saúde, ataque, defesa e arma. Monstros têm estatísticas baseadas no em sua classe para ditar seus atributos também. O cara mau também recebe um conjunto de feitiços bem interessantes que podem ser usados dependendo da missão que está sendo jogada.



O que eu gostei bastante neste jogo, é que o livro de buscas só é visível para o vilão. Desta forma, há um monte de informações escondidas em cada cenário, que apenas serão reveladas a medida que elas entram na linha de visão dos heróis. Isto adiciona também o elemento de surpresa como as diversas armadilhas: buracos no chão, setas envenenadas e por aí vai. Influencia bastante na estratégia dos jogadores e principalmente na experiência oferecida durante a partida. Acaba dando ao jogo uma sensação de exploração e aventura do desconhecido.



Combate é bastante simples e intuitivo. Você tem saúde, ataque e defesa que entram em jogo. Ataque e defesa ditam o número de dados que você rolar... os ataques passando, em seguida, reduzimos a saúde. Os dados do combate têm imagens intuitivas que descrevem batidas (crânios), blocos (protetores) e faltas (em branco). Mas difícil mesmo é encontrar alguém que tenha os dados com esta imagens intactas, na maiorias das cópias que vi eles estão entre os componentes que mais de deterioram e desgastam. Muitos dados de Heroquest tem as imagens de suas faces "reforçadas" a canetinha.
É inegável que Heroquest está datado e com mecânicas desatualizados, mas na verdade, isto não prejudica a experiência do jogo. A palavra da ordem aqui é nostalgia! Heroquest tem um conjunto de regras simples, cenários limitados, componentes antigos e de papel, um sistema ultrapassado frente aos jogos mais modernos, os heróis tendem a ficar poderosos e os mapas não acompanham bem isto, entre outros pontos fracos que podem ser apontados. Entretanto, até hoje é uma perfeita introdução ao mundo do dungeon crawler. Um dos primeiros jogos onde um jogador assume a premissa de não poder ser ganhador para o restante do grupo ser bem sucedido. Temos aqui um jogo de RPG de tabuleiro, Hero Quest é um espetáculo, até hoje vê bastante mesa por ai a fora. Os móveis enriquecem demais o jogo, facilitando a imersão no mundo proposto. Em resumo... mesmo datado, é ainda um jogo muito divertido com crianças ou uma mesa certa que tenha um roleplay.
Se tiver uma cópia em casa ou acesso a de um amigo, não deixe de experimentar.




EDIT: Aproveitando a oportunidade, gostaria de indicar uma ótima resenha sobre o Heroquest, escrita pelo usuário Hugosan, publicada no blog “RPG na Ilha”, onde consta um excelente comparativo entre as versões brasileira, europeia e americana do jogo. Material de qualidade. Altamente recomendado.
Olá galera, vou deixar aqui minhas considerações sobre esse clássico Dungeons Crawler. Acredito eu que Hero Quest tenha sido o primeiro jogo de tabuleiro com o qual eu tenha tido contato, e ele fez uma diferença muito grande nessa minha trajetória de jogador de tabuleiro, pois depois disso eu segui muito o rumo de jogos do gênero como Descent, D&D Boardgames, Zombicide e até mesmo o D&D de mesa, mas não estamos aqui para falar sobre a minha trajetória de jogos e sim do jogo, então vamos lá.
Acredito que o Hero Quest tenha sido um dos primeiros jogos do gênero Dungeons Crawler, e a fama que ele fez quando foi lançado proporcionou os vários títulos que temos nesse estilo hoje em dia, Hero Quest tem um sistema bem simples de regras, onde até mesmo jogadores sem nenhuma experiência em jogos de tabuleiro vão conseguir jogá-lo sem nenhum problema após a explicação, exceto pela posição do overlord, onde se tem que ter uma experiência mais elevada para poder controlar melhor todos os monstros em jogo e desenvolver de maneira mais dinâmica as partidas.
Hero Quest, apesar de regras simples e de fácil aprendizagem, tem o fator do cooperativo muito presente, o que pode complicar muito a vida dos jogadores se eles não trabalharem muito bem em grupo, devido a grande quantidade de inimigos que eles podem liberar se saírem andando descontroladamente pelo mapa, sem falar no combate em grupo onde a cooperação pode ajudar bastante.
O jogo é antigo e simples, mas tem algumas pequenas falhas, a principal é o seu estilo de campanha que é sempre linear, logo, caso um mesmo grupo decida jogar novamente a mesma campanha eles vão saber exatamente onde estão todos os monstros e locais no mapa, isso atrapalha muito a rejogabilidade, deixando sempre mais fáceis as campanhas quando forem jogadas novamente, já que os jogadores podem ir diretamente nos locais que precisam para completar a sua missão, outros pequenos problemas que eu vejo no jogo são os dados para movimento e o fato dos monstros só poderem andar após serem vistos nas salas. A sua história de campanha é muito boa, o que deixa os jogadores muito envolvidos na trama, tornando a experiência de jogo ótima para quem nunca o jogou.
Por fim, acredito que todos que já ouviram falar sobre Hero Quest alguma vez na vida também já ouviu falar sobre as suas duas versões de mercado, a lançada aqui no Brasil pela Estrela que vinha com miniaturas cartonadas, e a lançada no exterior com miniaturas tradicionais. Bem, eu já tive as duas versões do jogo e posso dizer que, exceto pelas miniaturas, os seus componentes são basicamente da mesma qualidade, mas como nesse estilo de jogo as miniaturas tradicionais fazem bastante diferença e deixam o jogo muito mais bonito na mesa. Então, se você for algum dia tentar adquirir uma cópia do jogo é melhor pegar a versão de fora. Um abraço a todos!