“O tempo seria fácil de saber, pois então a humanidade teria se tornado como os Grandes Antigos; livre e selvagem e além do bem e do mal, com leis e morais postas de lado e todos os homens gritando e matando e se deleitando com alegria. Então, os Antigos libertados lhes ensinariam novas maneiras de gritar, matar, festejar e se divertir, e toda a terra arderia em um holocausto de êxtase e liberdade.”

Jogo realmente GRANDE! A caixa é GRANDE, as miniaturas são GRANDES, o espaço de mesa é GRANDE, o custo é GRANDE!

Um jogo onde os jogadores lutam pela hegemonia do planeta terra controlando os THE GREAT OLD ONES, fações totalmente assimétricas.

Os GRANDES 4 deuses antigos da mitologia de Cthulhu mitos criados por H.P. Lovecraft estão em combate pelo controle do planeta. Usando seus cultistas para criarem círculos de invocação nos territórios, invocares monstros para conseguirem defender e dominar outros círculos e for mim, trazer para esta terra o THE GREAT OLD ONE que, com seu poder estrogonoficamente GRANDE, destruir e dominar os territórios os humanos e ser o deus dominante deste planeta.

Mas cuidado. O jogo pode terminar e o jogador com mais pontos perder sem nem se quer pontuar. Isso nos leva a uma das mais brilhantes dinâmicas deste jogo.

 

Existem 2 maneiras do jogo terminar. A primeira é por pontos de destruição, ou “Doom points”. Durante o jogo, os jogadores vão conseguindo pontos de Doom até um jogador chegar à 30 pontos. Então, o fim do jogo é desencadeado. O jogador com mais pontos de doom é o vencedor. Simples né? Mas espere, tem a pegadinha, um pré-requisito a ser atingindo pelos jogadores para que tenham o direito de participar da pontuação final. Caso contrário, você simplesmente marca NADA! Não tem o direito de pontuar por sua inaptidão com seu The Great One.

A segunda forma de desencadear o fim da partida é pela trilha de culto. No final da rodada, os jogadores (em ordem de turno) podem usar seu poder (moeda do jogo) para poder andar na trilha. Em determinada etapa do turno, os jogadores podem anunciar que irão realizar um culto, simplificadamente serve para marcar pontos de vitória dobrado na rodada. O próximo jogador, por sua vez, também pode anunciar que deseja fazer o culto. Bom, quando o culto é feito e o marcador chega na “morte instantânea, o jogo acaba imediatamente, sinalizando que apesar do mundo estar tomado por cultistas, monstros e os The Great Ones estão entre nós, os humanos ainda conseguiram performar rituais de banimento que pode sugar todas a loucura de volta para onde vieram. Mas isso só funcionará caso o pré-requisito dos Deuses não tenham sido concluídos. (Aí realmente nesse ponto, os humanos então sendo escravizados, mortos ou decaem à loucura, mas um dos jogadores ganhou!).

Mas o fato é que você como controlador do Great Old One deve verificar se você tem o pré-requisito necessário para participar da pontuação e então olhar os pontos de Doom para ver quem ganhou.

O pré-requisito de todos os jogadores são os seus encantamentos ou “spellbooks”. Em posse de 6 encantamentos, cada facção deve cumprir 6 tarefas para conseguir destrava uma delas. Tais encantamentos influenciam um de seus monstros, cultistas ou o seu Great Old One fazendo-os ganhar habilidades especiais. Tais poderes podem ser passivos ou então, serem disparados antes ou depois de uma batalha.

 

Este jogo é um jogo de conflito puro ameritrash. O combate é resolvido por dados, mas a quantidade que se joga está ligada ao somatório da força de combate dos personagens presentes no conflito (cultistas, monstros ou o great one). Cada 6 é uma morte e cada 4 ou 5 é um recuo obrigatório de seus inimigos.

Apesar disso, Cuthulhu Wars não é somente um jogo de rolagem de dados. É um jogo de guerra fria. Da para ganhar o jogo sem rolar 1 dado sequer. Na última partida por exemplo eu estava com mais 31 pontos de doom, e meus adiversarios com 30 e 22. Eu fui o único jogador na partida a não rolar 1 dado sequer. Mesmo assim estive na liderança o jogo inteiro. Porém, o jogo desencadeou e eu era o único que não havia 6 tecnologias... por tanto, fui o GRANDE perdedor... Acontece. (Talvez vencedor moral? Tá, to chorando... perdi mesmo haha).

                O jogo se passa no mapa do planeta terra onde os jogadores jogão ações intercaladamente até ficarem sem poder, a moeda do jogo. Gasta-se poder para invocar Monstros, criar círculos de invocação, se movimentar no mapa, sequestrar um cultista adversário, iniciar um combate, baixar um encantamento (pré-requisito de pontuação final) e claro, acordar o Great Old One. Por sua vez, ganha-se poder por círculos de invocação presentes no jogo sob seu controle (com um cultista seu sobre ele), círculos sem controle de nenhum jogador e por cultista presente no jogo.

O jogo sem dúvida é um delírio “Ameritrasher”. Tem tudo o que se pode querer para o estilo. Miniaturas com muitos detalhes, criaturas com 1 palmo de altura, guerra fria, rolagem de dados, sorte, estatística, poderes variados, tecnologias, extremamente temático e por fim, não menos importante, temos o GRANDE CTHULHO!

Agora, como pode um jogo deste estilo não ser apreciado pelos Euro Gamers? Bom, realmente os dados fazem com que eles desgostem muito do jogo. Outro fato que percebi é que o mecanismo de invocar criaturas, morrer criaturas e ter que se invoca-las so para entrar em outro combate e perde-las novamente é de fato, um ponto crítico. Os euro gamers que conversei e tive a oportunidade de apresentar este GRANDE jogo dizem que se sentem fazendo mais do mesmo, com sem uma construção de algo duradouro durante a partida e o fator tema, por mais que esteja dentro do jogo, não é o suficiente para contrabalancear estes fatores negativos. De fato, não é um jogo para Euro Gamers.

Um GRANDE ponto negativo aqui é preço do jogo e seu custo benefício. Devido ao GRANDE nível de produção, gramatura dos componentes, tamanho e detalhes das minis, qualidade do tabuleiro e arte diferenciada, temos um precinho de cerca de $ 250 dólares... É, concordo com você meu caro leitor, um tanto caro. A GRANDE pergunta que faço quando me deparo com valores absurdos deste é: Temos diversão suficiente para este custo? A minha honesta resposta é não. O jogo pode ser muito divertido, mas não vale pagar cerca de R$ 2000 reais para joga-lo.

Se este jogo custasse R$ 500 reais, fato que seria permanente em minha coleção. Mas por enquanto, a conquista planetária e destruição da humanidade deve ficar para oportunidades especificas de diversão Cthulhulesca.