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Top 10 de um jogador casual

Tendo recentemente completado 40 jogos diferentes jogados, resolvi recapitular minha sucinta e não-tão-interessante história no universo dos board games em um top 10 que representa essa caminhada de pouco mais de um ano.


Esse não é o top 10 de alguém que tem mais de uma centena de jogos na prateleira, e nem de alguém que tem acesso aos melhores lançamentos mundiais. É o top 10 de um jogador casual: aquele que consegue arranjar tempo em uma agenda apertada (sua e dos colegas) pra jogar a cada 1 ou 2 semanas, com esporádicas jogatinas frenéticas pra matar as vontades. De um cara que curte os jogos (e joga pra ganhar, por mais raro que isso efetivamente aconteça), mas principalmente que encontrou nos jogos uma maneira divertida de manter os amigos próximos e fortalecer essa união.


Então não espere análises aprofundadas, comparações solidamente embasadas ou sabedoria milenar. 

“Ué, mas então pra quê eu vou querer ver o top 10 de alguém que tem tão pouca bagagem?”, você me pergunta.


Eu também não sei. Mas lê aí, vai que você também se identifica um pouquinho...

7 comentário(s) Comentar

Itens (10)

1 - Magic: The Gathering

Brunochenko 05 Feb 20, 14:27
4

Minha lista não poderia começar com nada diferente de Magic. O Alpha, o Gênesis, o Big Bang de toda minha história com jogos de mesa. 


Magic foi o ponto central que uniu um grupo de amigos de maneira tão forte que, mesmo separados por centenas de quilômetros, essa amizade não diminui. Pelo contrário, parece só aumentar. Cada reencontro é épico – mesmo quando não rola Magic, o Gathering está presente.


É o único jogo dessa lista que poderia ser contestado quanto a eu ser um “casual”. Decks competitivos, artigos de profissionais, viagens pra torneios, até mesmo classificatório pro Nacional eu já joguei (o falecido Free-for-all, vulgo Farofão). Mas ainda me considero um casual por jogar principalmente torneios pequenos, gostar de testar novas estratégias ao invés de só buscar a vitória com o melhor deck do formato. Não, não tem nada a ver com o fato de eu ser ruim, imagina... ;)


Magic é um jogo quebrado? Talvez. Magic é uma draga de dinheiro? Ah, isso com certeza. Nesse ponto aquela sua tia carola tinha razão: é mesmo um jogo do Capeta. Obrigado Luci, porque eita joguinho bom!

2 - Gloomhaven

Brunochenko 05 Feb 20, 14:32
2

Top 1 do BGG desde sabe-se lá quando. E não é à toa. 

Tem aventura, tem combate tático, tem gestão de recursos, tem combos poderosos, tem a presença de sorte no ponto certo para adicionar variabilidade e imprevisão, sem ser frustrante ou totalmente aleatório... o jogo tem tudo!

Mas o que mais me pega é a evolução de personagem. Ah, eu tenho verdadeira obsessão por isso, sempre tive. Meu espírito não fica em paz sabendo que eu só preciso matar 42 monstros, coletar 215 cristais, juntar as 7 esferas do Dragão, conquistar 24 territórios e ir a pé pra Mordor que eu ganharei um bônus de 0,0037% no ataque do meu personagem.


Em Gloomhaven, eu tô sempre querendo liberar a próxima carta, comprar um novo item, aprimorar uma habilidade. E foda-se, quero pegar logo esse outro personagem pra poder explorar tudo isso com ele também!


Gloomhaven é o jogo mais jogado com meu atual grupo. E vai continuar sendo. Porque mesmo quando a vontade é de botar outro jogo na mesa, no fundo sempre fica aquele “um Gloomhavenzinho também ia bem, hein?”.

3 - Tzolk'in: O Calendário Maia

Brunochenko 05 Feb 20, 14:36
6

Tzolk’in encabeça a lista do meu estilo favorito de jogo: o Euro com pouca interação. 

Esse negócio de atacar um adversário mais fraco a ponto de gerar um não-jogo pra ele não é o tipo de jogo que eu considero divertido, independente de qual das duas pontas eu estou.


Adoro o desafio intelectual de buscar o caminho mais eficiente pra vitória; de escolher o trade off entre avançar o meu jogo e bloquear uma ação muito forte do adversário; e de ser o responsável pelas decisões e o resultado obtido, seja bom ou ruim. E o uso das engrenagens no Tzolk’in faz tudo isso de uma maneira genial, te obrigando a decisões estratégicas turno a turno, já pensando nas jogadas lá na frente.


Ainda tenho diversos títulos pra conhecer, como Brass e Projeto Gaia, mas no momento Tzolk’in é o maior representante dos Euros na minha lista, mesmo com apenas duas partidas jogadas, e um total de zero vitórias. Eu disse que eu gosto do jogo estratégico, não que eu sou bom nisso...

4 - Dominant Species

Brunochenko 05 Feb 20, 14:40
7

Mais um jogo que te bota pra fritar o cérebro, fazer e refazer a ordem das ações do turno na sua cabeça pra você não bater nenhum blank e otimizar ao máximo o resultado. Tudo isso em um pacote temático extremamente interessante e bem encaixado, além de uma bela presença de mesa.


Com apenas 2 partidas disputadas (infelizmente), não são apenas as inúmeras qualidades do jogo que botam ele na parte de cima do meu top 10. Dominant Species foi um ponto de inflexão pra mim no hobby dos Board Games.


Antes de Dominant Species, meu contato com Board Games modernos se resumia a The Resistance e Zombicide. São bons jogos, divertem, mas faltava um algo mais. Conhecer Dominant Species foi como descobrir a cobertura de brigadeiro no bolo de cenoura, a dose de whisky junto com o Rivotril ou o bacon com... bem, com qualquer coisa.


“Nossa, jogos de tabuleiro podem ser tudo isso...”

E aí começou o caminho para a perdição.

5 - Azul

Brunochenko 05 Feb 20, 14:41
11

Jogo simples de explicar, rápido de jogar, bonito na mesa e inteligente na tática. Setup? Quase inexistente. Azul é um jogo que consegue ver mesa com praticamente qualquer público.


E o review dele também tem que ser assim, direto e objetivo. Não deve sair da coleção tão cedo.

6 - Viticulture - Edição Essencial

Brunochenko 05 Feb 20, 14:43
7

Viticulture está entre os primeiros jogos que decidi que ia comprar pra compor minha coleção. 

Na ânsia de saber mais sobre Board Games, pesquisei sobre estilos de jogo, mecânicas, o que é um Euro, um Ameritrash... Como todo bom novato, fui olhar os tops dos rankings pra escolher um jogo.


Depois de comprar um Projeto Gaia (#1 da Ludopedia, tem como ser mais atrativo?), decidi que queria um alocação de trabalhadores mais leve. E eis que está lá Viticulture, bem avaliado, bonito, complexidade acessível. Mesmo com uma pesquisa insuficiente típica de iniciantes, o tiro foi certo. Jogão!


Jogo leve, fluido, com uma ordem intuitiva das ações e aquele bloqueio elegante. Há quem reclame do elemento sorte, que de fato está presente, mas não me incomoda. O sequenciamento de ações não é muito travado, a exigência intelectual não é extrema pra que um ou outro obstáculos do azar te deixem frustrado. E a sorte dá a variabilidade que o jogo precisa pra ter longevidade.


Que venha a expansão pra melhorar ainda mais um jogo excelente.

7 - Puerto Rico

Brunochenko 05 Feb 20, 14:45
11

Se Dominant Species foi o jogo que me apresentou esse universo de Euro games, foi Puerto Rico que deu tração no víc... digo, no hobby.

 

Um clássico dos Board Games, o jogo te faz avaliar a posição de cada um dos adversários, equilibrando a jogada que te traz a maior eficiência sem ajudar o oponente e sem te deixar vulnerável a tomar uma rasteira.

 

Ver um jogo que exige decisões bem pensadas mas não tem o limitante de durar 4h me fez querer conhecer o que mais os jogos tinham a oferecer. Uma tarde com uma sequência de partidas de Puerto Rico sacramentou que os Board Games teriam um espacinho na minha vida (e na minha prateleira).

8 - Robinson Crusoé: Aventuras na Ilha Amaldiçoada

Brunochenko 05 Feb 20, 14:47
3

- “Alguém pode fazer a exploração? Senão a gente vai falhar o objetivo.”


- “Vai chover hoje a noite, e a gente não tem abrigo. Quem constrói a paliçada?”


- “Ih, alguém vai ter que ficar sem comer hoje...”



Quem já jogou sabe do que eu tô falando.

Esse jogo cruel te lança como um náufrago em uma ilha perdida e te faz brigar pra conseguir comida, abrigo e outros itens necessários à tua sobrevivência. Não bastasse isso, ainda coloca pela sua frente uma tribo de canibais, uma maldição, um vulcão em erupção ou até o King Fucking Kong.


E o pior: você adora tudo isso!


Se você não gosta da tensão de estar sempre lascado, tendo que fazer sacrifícios turno a turno e a constante sensação de que vai perder a qualquer momento, esse jogo não é pra você. Se você busca um coop desafiador de verdade, você precisa de Robinson Crusoé.

9 - Eldritch Horror

Brunochenko 05 Feb 20, 14:50
5

Já tive partidas de 9h de duração, pra perder o jogo no fim. (Nota mental: nunca mais jogar com mais de 4 jogadores)

Por outro lado, já tive partidas que duraram menos de 1h30. Pra perder o jogo no fim. Afinal, como faz pra ganhar esse jogo?


Eldritch Horror não é exatamente o que eu procuro em um jogo de tabuleiro hoje. É muito lançamento de dados, muito teste de sucesso ou falha, aleatoriedade muito presente.


Mas o jogo ainda diverte! Seja pelo tema que eu gosto muito, seja pela tensão a cada teste (que em um coop é sempre a favor ou contra o time, e não o indivíduo) ou pelo valor sentimental mesmo.


É raro colocar ele pra jogo, mas sempre que botar na mesa, eu vou curtir. Não tem como não gostar do Cleiton.

10 - Mysterium

Brunochenko 05 Feb 20, 14:52
4

Nem só de Euro vive um homem.


No início do hobby eu era mais afeito aos Party Games, mas fui pouco a pouco deixando de achar a aleatoriedade e o caos divertidos. No fundo, eu sou um control freak. Os Party Games hoje ainda fazem parte das jogatinas, mas exclusivamente com a família ou com amigos de fora do hobby. E para representá-los, meu escolhido foi o Mysterium.


Especialmente no papel do Fantasma, gosto de ver as discussões a respeito de cada carta que é oferecida como pista. Cada palpite furado, cada interpretação alucinada, cada vez que a pessoa acerta a dica mas acaba sendo desacreditada... dá vontade de rir, mas tem que manter a poker face!


Algumas pessoas criticam o jogo por ele depender do engajamento do grupo pra ser divertido. Concordo que o jogo tem suas falhas. O Fantasma tem que equilibrar entre escolher a pista perfeita e o ritmo do jogo, a fase final é um pouco quebrada. Mas é um Party Game. Tem como jogar um Party Game que não dependa da interação do grupo?

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